A integração entre a saúde bucal e a saúde sistêmica é fundamental para garantir tratamentos seguros e eficazes, especialmente para pacientes com condições como diabetes e cardiopatias. Em uma entrevista exclusiva, a Dra. Rayane Tindo, especialista em odontologia, esclarece as principais recomendações e cuidados que profissionais e pacientes devem adotar para promover uma saúde integral.
Quando questionada sobre as precauções na rotina clínica, Dra. Rayane reforça: “Ao atender pacientes com diabetes ou cardiopatias, é fundamental realizar uma avaliação clínica cuidadosa e uma anamnese detalhada. Para pacientes diabéticos, é importante verificar o controle glicêmico, pois pacientes com diabetes descontrolada têm maior risco de infecções e cicatrização retardada. Para aqueles com cardiopatias, deve-se avaliar o risco de eventos cardíacos durante procedimentos invasivos. Em ambos os casos, o uso de profilaxia adequada, controle da dor, minimização do estresse e a administração de medicamentos conforme orientação do médico cardiologista ou endocrinologista são essenciais.”
A especialista também destaca os impactos das condições sistêmicas na saúde bucal e vice-versa: “Diabetes, especialmente quando não controlado, aumenta o risco de doenças periodontais, infecções gengivais e dificuldade na cicatrização, além de afetar a saliva e promover xerostomia. Por sua vez, a doença periodontal pode elevar a inflamação sistêmica, dificultando o controle glicêmico e agravando o diabetes. Quanto às cardiopatias, o risco de infecções orais, como periodontite, estar associado a complicações cardiovasculares, incluindo endocardite infecciosa. Portanto, a saúde bucal e sistêmica estão interligadas de forma bidirecional.”
Para garantir a segurança do paciente, a Dra. Rayane alerta: “Sinais de alerta incluem sinais de infecção ativa, complicações cardíacas, febre, aumento do sangramento gengival, dor intensa, febre ou mal-estar. Também é importante monitorar alterações no controle glicêmico durante o tratamento.”
No que diz respeito a procedimentos, ela recomenda modificação ou cautela: “Procedimentos invasivos ou que induzam estresse significativo podem requerer adaptações. Cirurgias extensas, por exemplo, podem ser adiadas se o controle glicêmico ou risco cardíaco estiver elevado. Sempre é importante consultar o médico do paciente para avaliação prévia.”
Dra. Rayane ressalta ainda a importância do controle da condição sistêmica para o sucesso do tratamento: “Um bom gerenciamento da condição sistêmica ajuda na cicatrização, na redução de riscos e na prevenção de complicações. Pacientes com diabetes bem controlado, por exemplo, têm maior chance de recuperação rápida após procedimentos odontológicos.”
Por fim, ela orienta: “Recomendo uma rotina de higiene oral rigorosa, incluindo escovação após as refeições, uso diário de fio dental e, sempre que indicado, enxaguantes antimicrobianos. Visitas regulares ao dentista, aliado ao acompanhamento médico, são essenciais para manter a saúde bucal e sistêmica em equilíbrio.”
A preocupação conjunta entre odontologia e áreas médicas reforça a importância de uma abordagem integrada, garantindo a qualidade de vida e o bem-estar de pacientes com condições sistêmicas.
