A Reforma Tributária, prevista para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2026, reacendeu o debate sobre o futuro do ambiente de negócios no Brasil. Para o empresário carioca Nisomar Provenzano, referência no setor e defensor ativo do fortalecimento do empreendedorismo nacional, o cenário exige atenção redobrada e mobilização urgente da classe empresarial.
Segundo ele, manter uma empresa em funcionamento no país tem se tornado um desafio diário. A alta carga tributária, somada a burocracias que dificultam a atividade econômica, pressiona negócios e faz crescer o número de empreendedores buscando alternativas no exterior. Uma das soluções consideradas viáveis atualmente, destaca Nisomar, é a transferência de domicílio fiscal para países como o Paraguai, onde a tributação é menos agressiva e incentiva a geração de riqueza.
“O empresário brasileiro está sendo massacrado. A Reforma que chega não traz alívio, traz incerteza. O que vemos é um cenário em que produzir e gerar empregos no Brasil torna-se, a cada ano, mais difícil” — afirma.
União e articulação política
Para Nisomar, o momento exige união da classe produtiva para participação direta nas discussões legislativas. Ele defende que empresários precisam ocupar espaço nas comissões do Congresso Nacional e construir políticas que garantam equilíbrio no sistema jurídico e tributário.
Entre as propostas em debate está o Estatuto de Proteção ao Empresariado, tema que ele vem discutindo de forma recorrente e que pretende levar adiante através de iniciativa popular.
“Não podemos seguir à mercê da minoria. O empresário movimenta a economia, paga impostos, gera empregos e sustenta a máquina pública. É incoerente que seja tratado como vilão” — pontua.
Críticas à Justiça do Trabalho e ao modelo da CLT
Nisomar também chama atenção para o que considera um dos maiores gargalos do desenvolvimento empresarial no país: a Justiça do Trabalho e o modelo regido pela CLT.
Segundo ele, quando uma empresa é acionada judicialmente, enfrenta prazos curtos, exigências rígidas e pouca prioridade nas decisões processuais — diferentemente da agilidade aplicada quando o empresário é demandado.
Além disso, destaca que a Consolidação das Leis do Trabalho, criada com base em estruturas de controle social do passado, já não corresponde à dinâmica econômica atual.
“A CLT nunca foi uma lei de proteção ao trabalhador — foi um instrumento de controle inspirado em modelos fascistas. Precisamos modernizar, equilibrar relações e garantir segurança para quem emprega e para quem trabalha” — argumenta.
Um chamado à reflexão
Nisomar encerra com um apelo direto ao setor produtivo:
“Chegou a hora de repensarmos o Brasil que queremos. Ou lutamos por reformas que protejam quem produz, ou continuaremos sangrando enquanto países vizinhos avançam. O empresário precisa ser respeitado, valorizado e ouvido.”