Corinto, nossa Corinto tão conhecida pela sua simplicidade acolhedora e pela paz que mora em cada rua, infelizmente viveu neste fim de semana um daqueles momentos que fazem uma cidade inteira parar. Não apenas parar no relógio, mas parar por dentro. Parar no coração, no pensamento, na alma. A perda de dois jovens reacendeu em todos nós uma reflexão profunda sobre o tempo que estamos vivendo, sobre os valores que estamos perdendo e sobre o amor que precisamos resgatar.
Em uma cidade de pouco mais de vinte mil habitantes, onde todos se conhecem pelo nome, por apelido ou onde o comércio fecha ao meio-dia e onde as conversas nas calçadas fazem parte da rotina, cada vida importa. Cada sorriso importa. Cada ausência é sentida. Por isso, quando algo assim acontece, não são apenas duas famílias que choram , mas sim é Corinto inteira que se entristece, abraçada num luto coletivo que ninguém jamais imaginou enfrentar.
Os acontecimentos dos últimos dias, envolvendo dois adolescentes, não ferem apenas pela dor da perda, mas pelo impacto que causam na alma da cidade. Corinto é feita de gente boa, gente simples, de idosos que carregam histórias de décadas, de jovens cheios de sonhos, de crianças que enchem as praças de alegria. É uma cidade que pulsa calma. E talvez por isso a pergunta ecoe com ainda mais força:
O que está acontecendo com o mundo?
Vivemos tempos em que o amor tem sido trocado por pressa, o diálogo por gritos, a fé por desânimo. Tempos em que muitas pessoas deixaram de olhar nos olhos, de ouvir, de aconselhar, de cuidar. Mas, ao mesmo tempo, vivemos também em uma época que nos oferece a chance de reaprender. De nos reconectar. De mudar o rumo das coisas. De resgatar aquilo que nunca deveria ter sido esquecido: o respeito, a compreensão, a empatia.
É importante lembrar que a segurança pública de Minas Gerais, da nossa cidade em si, especialmente a Polícia Militar, tem feito um trabalho comprometido e presente. Também acredito que não seja algo com a administração pública , infelizmente o que tá acontecendo? Há situações que ultrapassam a ação policial e tocam diretamente na convivência familiar, na educação de base, nas emoções silenciosas que muitos carregam, nas dores não ditas, nas orientações que às vezes faltam, mesmo dentro de casa.
Por isso, este momento difícil pede mais do que explicações. Pede união. Pede abraços. Pede diálogo. Pede que cada cidadão faça sua parte na construção de um ambiente mais humano, mais fraterno e mais cheio de luz.
É um convite para que pais estejam mais atentos aos seus filhos.
Para que amigos chamem para conversar.
Para que vizinhos se preocupem uns com os outros.
Para que a fé seja fortalecida.
Para que o amor seja multiplicado ,não apenas falado.
Corinto é uma cidade que carrega uma beleza única: A de ser pequena, mas gigante em coração. Gigante em histórias. Gigante em esperança. E é justamente essa força silenciosa, guardada em cada morador, que fará a cidade atravessar esse momento com fé e dignidade.
Hoje, Corinto vive um silêncio diferente. Mas é dentro desse silêncio que nasce uma nova chance de reflexão. Uma oportunidade de reconstrução emocional. Uma porta aberta para que todos nós possamos aprender a valorizar ainda mais as pessoas que amamos, a cuidar de quem está perto e a trazer de volta aquilo que sempre foi marca registrada da nossa cidade: a paz.
Que Deus console as famílias.
Que o tempo leve o peso da dor.
E que Corinto volte a sorrir com a mesma leveza de sempre e agora ainda mais unida, mais forte e mais consciente de que o amor é o caminho que nunca falha.
Matheus Mattuvo
