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Brasil

Jô Nunes, mulher preta e cuidadora que fundou a ABSW, sofre racismo em conferência nacional

Jô Nunes, mulher preta e cuidadora, fundou a Associação Brasileira de Síndrome de Williams (ABSW) em 2002. Sua trajetória é marcada pela luta e dedicação à causa da filha Jéssica, que nasceu com a síndrome de Williams e, infelizmente, faleceu em 2010. O ocorrido fortaleceu ainda mais seu compromisso com a associação, que hoje atende mais de 5 mil famílias no Brasil e mais de mil em outros países.

Reconhecida nacionalmente por seu trabalho, Jô percorre o Brasil ministrando palestras e formações para profissionais e familiares, promovendo conhecimento sobre o tratamento adequado para pessoas com síndrome de Williams. No entanto, mesmo com uma vida pautada em ajudar o próximo, ela foi vítima de racismo durante a V Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

No dia 11 de julho de 2024, Jô representou o CONADE (Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência) no Fórum Interconselhos. Nos dias 12 e 13, participou da 1ª Reunião Extraordinária do CONADE. No dia 13, durante a reunião, a Presidente do CONADE e Secretária Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência comunicou que Jô havia sido escolhida para compor a mesa de encerramento da conferência, garantindo representatividade feminina e racial.

Surpresa e emocionada com a responsabilidade, Jô aceitou o convite. Além dela, foram chamados mais uma mulher e dois homens para garantir a paridade. No entanto, no momento do evento, Jô percebeu que não haviam lhe passado informações básicas, como o local de entrada e seu assento. Até para passar pela segurança, enfrentou dificuldades.

Ao chegar ao palco, viu que seu lugar já havia sido ocupado por um homem branco, enquanto todos os outros convidados na mesa também eram brancos. Jô, que havia sido convidada para representar a mulher preta, foi excluída do espaço que lhe era de direito.

Segundo relatos, um dos conselheiros tentou alertar a organização sobre a presença de Jô, mas foi ignorado. Em meio a burburinhos em grupos de WhatsApp, duas pessoas se aproximaram dela e ofereceram uma “cadeirinha” ao lado da mesa, como se isso resolvesse a exclusão. A Presidente do CONADE, Anna Paula, presenciou toda a situação e optou por ignorar, sem sequer se desculpar publicamente.

É inadmissível que, em pleno 2025, ainda aconteçam episódios como esse. Uma mulher que dedica sua vida a ajudar milhares de pessoas foi desrespeitada em um evento que deveria promover inclusão e igualdade. Espera-se que os responsáveis reconheçam o constrangimento causado e façam um pedido de desculpas público.

Jô afirmou que sua equipe jurídica está tomando as medidas cabíveis para que situações como essa não se repitam. Nenhum ser humano deve ser tratado com discriminação, seja racial, de orientação sexual ou qualquer outro tipo de preconceito. Respeitar as pessoas é um dever de todos, e isso deve ser cobrado da sociedade.

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