Por trás de cada sonho existe uma jornada. A de Augusto Aguiar começou nos galpões industriais do Japão — e chegou ao palco da honra nacional.
Em 2005, Augusto Aguiar embarcou para o Japão com uma mala cheia de esperança e o coração apertado. Como milhares de brasileiros que atravessam o mundo em busca de uma vida melhor, ele chegou ao país asiático como dekassegui — termo que carrega, por trás de suas sílabas, histórias de esforço, sacrifício e reinvenção. Foi nos turnos longos das fábricas, nas madrugadas silenciosas e nos desafios diários de adaptação que começou a ser forjada uma trajetória que ninguém poderia prever.

O que parecia ser apenas mais uma história de luta em terra estrangeira, no entanto, tomou um rumo extraordinário. Anos depois, aquele jovem brasileiro seria reconhecido como Comendador — uma das maiores honrarias concedidas a civis — por seu trabalho incansável em prol da educação e do empreendedorismo entre brasileiros no exterior.
Hoje, Augusto — ou Guto, como é chamado com carinho por alunos e amigos — lidera o maior ecossistema educacional para brasileiros no Japão. À frente da Spring School, ele criou muito mais que uma escola: ergueu uma ponte entre culturas, línguas e sonhos. A instituição, referência no ensino de inglês e japonês, também abriu portas para o mundo, por meio de intercâmbios com Austrália, Estados Unidos e Brasil.

Mas o legado de Guto vai muito além das salas de aula. Ele também está à frente da expansão internacional da UniFECAF, uma universidade 100% online, pensada especialmente para brasileiros que vivem fora do país e desejam dar continuidade à sua formação superior. E como quem conhece as dores do recomeço não vira o rosto para quem precisa, criou a Spring Angel, iniciativa social que apoia famílias em situação de vulnerabilidade.
Quase duas décadas após desembarcar no Japão, Guto já impactou milhares de vidas. E cada vida transformada carrega um pouco da força de sua missão: democratizar o acesso à educação, fomentar o empreendedorismo e devolver ao imigrante algo que muitas vezes é tirado na travessia — a esperança.
O título de Comendador não é apenas um reconhecimento oficial. É um símbolo daquilo que Guto representa: a possibilidade real de transformar origens humildes em legados imensos. De fazer da saudade combustível. Do esforço, propósito. E da distância, uma ponte.
“Ser dekassegui não é um rótulo. É uma origem. E é possível, sim, transformar essa origem em legado”, afirma, com a serenidade de quem não apenas acredita — mas prova isso todos os dias.

A história de Guto é, no fundo, a história de tantos brasileiros que ousaram sonhar longe. Mas com um detalhe que faz toda a diferença: ele sonhou junto com os outros. E, por isso, fez do seu sonho, um sonho coletivo.
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